O médico e ex-ministro da Saúde, Adib Jatene nos deixou. A história desse brasileiro é fantástica. Não preciso contar aqui. Isso vai estar disponível em todos os órgãos de informação do Brasil e do mundo.
Estou aqui me lembrando de algumas passagens que envolveram o experiente médico.
A primeira foi ainda nos anos 90, quando o governo começou a se preocupar com a dengue. A campanha nacional contra a doença foi lançada em Uberlândia e eu estava lá, ouvindo as palavras do então ministro, debaixo de sol a pique, na praça central.
Uberlândia precisou combater o mosquito com vigor, que contou inclusive com ajuda do Exército. Mas alertou Jatene. “Não adianta Exército, fumaçê, prefeitura, se a população não der a devida atenção aos males que este mosquitinho pode oferecer as pessoas”.
Jatene foi muito criticado quando sugeriu a criação da CPMF - Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira, época em que foi ministro da Saúde do governo FHC.
Ora, evidente que no Brasil ninguém gosta de pagar impostos, principalmente quando se vê é essa bandalheira que reina no país, com tantos bandidos sangrando os cofres da nação. (leia-se Petrobras).
Agora, me diga sinceramente. Você desconfiaria de alguém, da altura de Jatene, quando inventou a CPMF para investir na saúde?
Confesso na época fui defensor da CPMF, com base na integridade moral e compromisso cívico deste homem exemplar. Lamentavelmente, todo dinheiro da CPMF se perdeu no ralo das rubricas governamentais.
Mais a frente, fui atendido por dois jovens médicos especialistas em coração. Quando soube que o Jatene ficou braço com eles, por terem deixado sua equipe em São Paulo, para trabalharem em Uberlândia, me senti aliado...
O Jatene sempre mandou médicos especialistas para Uberlândia, mas o Paulo e o Cláudio, ele queria por perto. Sorte minha de terem escolhido Uberlândia...
A gente fica sabendo “por fora” de São-carlenses que ajudaram muito nas pesquisas do Dr. Zerbini e do Dr. Jatene. É caso do Gibão (não me lembro o sobrenome) e o Pileggi. Acho que o primeiro nome é Fúlvio.
O Jatene ajudou no desenvolvimento de muitas válvulas, no desenvolvimento de novas tecnologias para salvar vidas.
Não faz muito tempo, o médico foi enfático. “Os programas de residência no Brasil dão muita ênfase à alta tecnologia e especializações. O médico precisa se transformar em um especialista de gente".
Adib Jatene morreu na noite desta sexta feira, de infarto no miocárdio.
Que Deus o tenha.
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